“Não há intenção de se alienar 100 por cento do capital da ENSA”, disse sexta-feira, 8 de Maio, Patrício Vilar, presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE).
O IGAPE é a entidade responsável pelo Programa de Privatizações (PROPRIV) do Executivo. A actual posição do seu presidente é contrária a informação inicial, que recomendava a privatização total da seguradora do Estado.
Tutelada pelo Ministério das Finanças, tal como o IGAPE, a ENSA domina uma fatia significativa do mercado de seguros em Angola e é uma das poucas empresas públicas lucrativa. Por isso o ex-presidente da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), Aguinaldo Jaime, criticou a decisão de privatização da empresa, semanas antes da sua exoneração.
Em entrevista ao semanário Expansão, argumentou que as privatizações têm sido explicadas como forma de criar eficiência na economia, deixando o Estado de suportar sucessivos défices do sector empresarial público. E a ENSA, garantiu, “não cabe neste quadro porque é uma empresa lucrativa.”
De acordo com o presidente do IGAPE a alienação parcial da ENSA tem a ver com o papel social da empresa, denominando-a a “nossa seguradora social”, daí as cautelas da equipa responsável pelo processo de privatização de mais de 150 empresas e activos detidos directa e indirectamente pelo Estado angolano.
Patrício Vilar diz que inicialmente vai ser realizado um concurso para identificar um parceiro capaz de dotar a empresa de maior robustez de gestão, com o compromisso de levar a seguradora à Bolsa de Valores.
Contudo, a previsível alienação da empresa está a ser encarada com receio por alguns segmentos de consumidores do seu seguro de saúde, devido ao seu “ carácter social”, como definia Manuel Gonçalves, ex-presidente do seu Conselho de Administração.
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