Angola diz não existirem razões para cancelar viagens de e para a China

O Governo angolano descartou hoje a possibilidade de cancelar as viagens de e para a China, apesar do registo de um caso suspeito do novo coronavírus em acompanhamento no hospital, referindo “não existirem razões para o feito”.

“Não há razões para se suspenderem os voos ou viagens de e para a China, portanto vamos continuar a gerir e a acompanhar a informação e na medida que, eventualmente, houver uma situação que fuja do controlo teremos de aumentar e aprimorar as medidas”, afirmou hoje o inspetor geral da Saúde angolano, Miguel Oliveira, em Luanda.

Falando hoje, em conferência de imprensa sobre as medidas de prevenção do novo coronavírus, cujo epicentro é a cidade chinesa de Wuhan, o responsável deu nota que Angola rastreou, nas últimas 24 horas, cerca de 2.500 passeiros e “não registou casos positivos”.

“Estamos a fazer o rastreio no principal ponto de entrada, que é o aeroporto internacional 4 de Fevereiro, e nas últimas 24 horas não identificámos nenhum que tenha sintomas da doença, mas equipas continuam no terreno para continuar a monitorar a situação”, disse.

A China elevou para 213 mortos e quase 10 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

Segundo o responsável, o cidadão chinês internado numa das clínicas em Luanda, desde 26 de janeiro, suspeito de ter contraído o novo coronavírus mantém-se “calmo, consciente, colaborante e sem febres nas últimas 24 horas”.

“E sem alteração da função hepática e renal”, adiantou, referindo que os cerca de 180 cidadãos com quem o mesmo manteve contacto, após regressar da China, “estão devidamente monitorados com a equipa no terreno a fazer o acompanhamento”.

O inspetor geral da Saúde de Angola afastou igualmente especulações sobre alegada morte do cidadão chinês, que circulam nas redes sociais, afirmando que o paciente “está estável e não existem razões para o pânico”.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 20 outros países – Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia.

Miguel Oliveira reforçou a necessidade de as pessoas lavarem constantemente as mãos com água e sabão, em pelo menos 30 segundos, numa altura que as medidas de biossegurança e de vigilância epidemiológica “continuam a ser reforçadas”.

Hospitais sentinelas foram instalados nos hospitais nacionais e provinciais angolanos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.

Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

Fonte: Agência Lusa

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