Angola vai beneficiar de empréstimo de 700 milhões de dólares do BAD até 2021

A informação foi hoje avançada pela diretora nacional do gabinete de Intercâmbio do Ministério das Finanças de Angola, Nicola Mvuayi, avançando ainda que o acordo de financiamento vinha sendo negociado com o BAD desde 2017.

O BAD aprovou esta semana o empréstimo de 165 milhões de dólares para ajudar a financiar a diversificação económica, reduzir a dependência do petróleo, substituir importações e estabilizar a economia angolana.

“Esse apoio do BAD tem um horizonte temporal de três anos, ou seja, de 2019 até 2021, e esta primeira tranche de 165 milhões é só a primeira das próximas três. Para 2020 e 2021 há também um conjunto de medidas e políticas que terão de ser cumpridas com o apoio do BAD para permitir os próximos desembolsos”, referiu a responsável em declarações à rádio pública de Angola.

Segundo Nicola Mvuayi, o acordo foi aprovado ancorado num conjunto de medidas políticas que o executivo angolano deverá cumprir, nomeadamente a consolidação fiscal, ou seja, a melhoria da qualidade da despesa, a potenciação da receita além do setor petrolífero, a aceleração da implementação da diversificação da economia, bem como melhorar a governação na gestão dos recursos minerais e da reforma do setor empresarial público.

Numa notícia publicada pela agência Lusa, quinta-feira, o diretor do departamento de governação e gestão das finanças públicas do BAD, Abdoulaye Coulibaly, disse que o empréstimo vai contribuir significativamente para o plano de estabilização económica do Governo e levará a um melhor ambiente no setor privado, salientando ainda que Angola está a passar por uma transformação da sua economia.

“Nos últimos dois anos temos sentido que as autoridades estão muito empenhadas em fazer mudanças, muitas medidas concretas foram tomadas, e esperamos que o programa vá ter um impacto positivo na estabilidade macroeconómica”, vincou o responsável.

Na aprovação do empréstimo, os administradores do BAD defenderam a monitorização dos elevados níveis de dívida pública no país, estimada em 90% do Produto Interno Bruto (PIB), mas que deverá reduzir-se para os 60% do PIB no final do período do programa, em 2022, o mesmo ano em que terminará o programa do Governo de reformas económicas em curso.

Esta semana, na entrega da proposta de Orçamento Geral de Estado (PGE) para 2020, o ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, disse que será dada uma atenção especial no próximo ano ao controlo da dívida pública.

Segundo Manuel Nunes Júnior, em 2013, o peso da dívida pública em relação ao PIB era de apenas 30%, hoje está ao nível dos 90%.

“Esta é uma evolução bastante grande que nos deve preocupar como pessoas que estão na gestão da economia do país”, disse o governante angolano.

A elaboração de orçamentos sem défice, prosseguiu Manuel Nunes Júnior, é “a maneira mais segura” de se sair da situação difícil, bem como de uma eventual entrada para uma armadilha da dívida (a contração de dívida para pagar anterior dívida.

Lusa/Fim
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