Aristides Gomes mantém-se como primeiro-ministro da Guiné-Bissau apesar de exoneração pelo PR

Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros para analisar os últimos desenvolvimentos políticos no país, Aristides Gomes, que se encontrava ladeado de todos os membros do seu Governo, afirmou que “só sai se for pela via da força”.

Em relação ao decreto do Presidente guineense, José Mário Vaz de o exonerar, o primeiro-ministro defendeu ser uma decisão “nula e inexistente”, lembrando que “os arranjos constitucionais” que permitiram a permanência de José Mário Vaz no cargo, “vedam-lhe poderes para tomar certas decisões”.

Para Aristides Gomes, a questão prévia é saber se José Mário Vaz tem ou não legitimidade para exonerar o Governo, o que disse, não tem.

“Uma coisa é a legitimidade, a legalidade, outra coisa é a força”, declarou Gomes, prometendo manter-se em funções até a realização de eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro.

Após as presidenciais, que disse ser um imperativo para a Guiné-Bissau, em concertação com a comunidade internacional, Aristides Gomes adiantou que vai ponderar a sua continuidade ou não no cargo de primeiro-ministro.

“Depois da proclamação dos resultados eleitorais, eu mesmo vou analisar, em função de quem vencer, se devo continuar ou não”, assinalou Aristides Gomes.

Quanto aquilo que se passa no país, o primeiro-ministro considerou ser o início de um golpe de Estado, mas, reforçou, prontamente denunciado pelo seu Governo e condenado pela comunidade internacional.

Aristides Gomes apelou as forças de defesa e segurança do país a se manterem nas suas funções e exortou os guineenses a preservarem a calma.

Instado a comentar o facto de a Guiné-Bissau ser vista, a partir de hoje como um país como dois primeiros-ministros, Aristides Gomes disse ser lamentável, mas realçou que há casos do género noutras partes do mundo, embora cada vez mais em menor número, disse.

O Presidente guineense, José Mário Vaz, nomeou e deu posse hoje ao também sociólogo Faustino Imbali, dirigente do Partido da Renovação Social (PRS), terceira força política no parlamento do país.

Lusa/Fim
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