Banco Nacional de Angola (BNA) nega injecção anormal de kwanza no mercado nas últimas semanas

“Não é o que as nossas estatísticas indicam, tivemos objetivamente uma evolução da base monetária em agosto que aumentou, mas que não foi produzido por nenhum fator externo ao setor financeiro, são evoluções normais da execução da atividade financeira e económica do Estado, das empresas e de particulares”, afirmou hoje o vice-governador do BNA, Rui Miguens.

A moeda angolana, o kwanza, regista uma acentuada desvalorização face ao dólar, quando na última semana o banco central angolano anunciou a liberalização da taxa de câmbio.

Uma alegada “introdução considerável de kwanzas” no mercado angolano é abordada em vários círculos, no entanto, foi hoje rejeitada pelo BNA que fala em “um certo exagero no que diz respeito à introdução eventual de mais kwanzas”.

“Temos é um nível de liquidez em kwanzas na economia que é o superior ao que seria o desejável nessa altura face à atividade económica que o país tem e, por isso, é que o banco central também tem desenvolvido a sua função de regulador do mercado”, adiantou.

Segundo Rui Miguens, as ações do banco central, sobretudo no âmbito da sua função de regulador, também decorrem quer por via do “aumento das reservas obrigatórias e da reativação de instrumentos que já existem como são as operações de mercado aberto para controlar essa liquidez”.

O responsável falava no final da conferência sobre Governação Corporativa no setor Bancário, a décima no âmbito do Ciclo de Conferências do BNA, que teve lugar no Museu da Moeda, em Luanda.

Para o vice-governador do BNA, o processo de liberação da taxa de câmbio, anunciada em 25 de outubro, vai decorrer com algum tempo com vista a uma taxa de equilíbrio, assegurando que “não existirem para já razões de preocupações especiais”.

“Continuamos a observar com muita atenção o desenvolvimento desse processo e temos a certeza que ele vai conduzir-nos ao ponto em que precisamos chegar que é uma taxa que seja formada com aquilo que é a procura e a capacidade do mercado fornecer em termos de moeda estrangeira”, notou.

O vice-governador do banco central acrescentou: “Não há até agora nenhum desenvolvimento anormal nesse processo e continuamos a monitorar muito próximo todos os desenvolvimentos e volta da evolução da taxa de câmbio”.

As “evoluções” registadas no domínio da governação corporativa da banca angolana, sobretudo a partir de 2013, foram igualmente assinaladas pelo dirigente, referindo que o país está num patamar “bastante adequado” no que diz respeito a produção de regras e normas que regem a governação corporativa.

Lusa/Fim
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