BCI vai precisa de 57 mil milhões de kwanzas para a sua recapitalização

O Banco de Comércio e Indústria (BCI) vai precisar de 57 mil milhões de kwanzas para a sua recapitalização, depois de ter efectuado um conjunto de ajustamentos decorrente da avaliação da qualidade de activos e implementação da Norma Internacional de Relatório Financeiro 9 (IFR9).

A recapitalização do banco vai obedecer a duas fases, sendo a primeira até 30 de Junho de 2020, no montante de Kz 30 mil milhões, e a segunda, até Dezembro de 2020, no valor de Kz 27 mil milhões, tal como orientação Decreto Executivo do Ministério das Finanças nº 164/20 de 08 de Maio.

De acordo com a nota do Conselho de Administração do BCI a que a ANGOP teve acesso, a implementação da Norma Internacional de Relatório Financeiro 9 (IFR9) implicou a reexpressão das demonstrações financeiras do exercício de 2018, bem como o incremento das imparidades do crédito e outros activos de 2019.

Conforme o documento, em consequência e em cumprimento das medidas do Regulador, o Conselho de Administração diz ter implementado um conjunto de medidas restritivas nas rubricas de crédito e investimento, para o reforço do compromisso da defesa dos interesses dos accionistas, demais Stakeholders e a sustentabilidade da própria instituição.

Acrescenta que, concluído o diagnóstico financeiro e do ambiente de controlo do banco no primeiro trimestre de 2020, foram lançadas as bases do plano estratégico para o período de 2020-2023, bem como a definição e implementação de um programa de curto prazo para o saneamento, com destaque para a revisão dos orçamentos  de contratos de prestação de serviço, a execução de uma estratégia de recuperação de crédito e regularização de outros activos, reposicionamento do negócio e a a manutenção do capital humano.

Com o foco na privatização,  o BCI  redefiniu a sua visão, missão e valores, alicerçada na modernização, eficiência e consistência da qualidade dos nossos serviços.

Para o Conselho, o empenho e dedicação de todos os colaboradores do banco tem sido fundamental no processo de implementação do plano de reestruturação e do modelo de negócio, tornando robusto o ambiente de controlo.

O Despacho Presidencial N.º 66/20, de 05 de Maio de 2020, autoriza a abertura do processo de alienação das acções representativas do capital social do Banco de Comércio e Indústria (BCI) detidas pelo Estado, via bolsa de valores, no quadro do Programa de Privatizações (PROPRIV).

De acordo com o cronograma estabelecido para o processo de privatização do BCI, prevê-se a concretização, em 2020, a integração das acções na Central de Valores Mobiliários (CEVAMA), disponibilização de informação relevante no data room, contratação do intermediário financeiro e contratação da consultoria jurídica.

 O BCI é detido pelo Estado, representado pelo Ministério das Finanças, com 98,92 por cento do capital social, sendo o restante repartido pelas empresas públicas: Sonangol (0,19%), ENSA (0,19%), Porto de Luanda (0,19%), TAAG (0,19%), Endiama (0,08%), TCUL (0,08%), Cerval (0,08%), Angola Telecom (0,08%) e Bolama (0,01%).

Texto: Angop
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