BDA apostado a disponibilizar à economia do país 250 milhões USD este ano

O Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) está apostado em cumprir com o seu objectivo estratégico de financiar a economia do país com o equivalente a 250 milhões de dólares, em 2021, tendo como prioridade os sectores primário e secundário, garantiu nesta Quinta-feira, Yuri Laurindo, analista de projectos da instituição.

Recorde-se que no final de Março do ano em curso, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, anunciou, em Ndalatando, capital da província do Cuanza Norte, que o BDA tem disponíveis, para este ano, uma carteira de créditos avaliada em 250 milhões de dólares, para apoio às iniciativas de negócio de investidores, referindo na altura que os investimentos constam do plano do Executivo de apoio ao reforço da produção nacional.

Ao intervir como prelector no seminário de capacitação de jornalistas económicos e profissionais de comunicação, no domínio de financiamento bancário, com o tema “Análise de Informação Disponibilizada pelo BDA”, o técnico da referida instituição bancária, Yuri Laurindo, explicou que cerca de 50% deste valor deverá compreender financiamentos no âmbito da linha de crédito do Deutsche Bank, avaliada em 125 milhões de dólares, sendo que os programas do BDA deverão cobrir 30%.

A perspectiva, refere o economista, é de que o restante 20% seja direccionado a outros produtos financeiros do banco, como são os casos do “crédito de campanha agrícola”, “crédito de infra-etruturas e estruturas de apoio à produção agrícola”, “crédito máquinas e equipamentos agrícolas”, “crédito projecto de investimento agrícola”, “alívio económico”, “linha de crédito à banca comercial” e outros financiamentos de médio/longo prazo.

Vivaldo Quitongo, analista de crédito do banco público de desenvolvimento, outro dos prelectores da acção formativa promovida pela AJECO – Associação de Jornalistas Económicos de Angola em parceria com o próprio BDA, lembrou, na ocasião, que a linha do Deutsche Bank é uma solução de concessão de empréstimo à exportação e importação, ao abrigo de um acordo celebrado entre a filial daquela instituição de origem alemã em Espanha, o BDA e o Governo de Angola, representado pelo Ministério das Finanças como garante.

O propósito desta linha é o de promover e apoiar o sector privado angolano na importação de bens e serviços imprescindíveis à implementação de projectos de investimento. Os sectores prioritários a serem financiados pelo Deutsche Bank são o primário e o secundário, com um valor mínimo de concessão de 5 milhões de dólares, numa operação em que o proponente deverá entrar com 15% de comparticipação.

Estratégia busca aumento do volume de negócios

No evento, a FORBES apurou que o plano comercial do BDA para o ano em curso tem como principais objectivos identificar detalhes da actividade, a fim de se traçar estratégias para aumentar o volume de negócios da instituição; elaborar um plano de acção para a implementação das estratégias definidas, bem como outro para a avaliação dos resultados.

Já a mudança do modelo de negócios e de financiamento – que passa pela necessidade de se diversificar as fontes de recursos do banco, correcção do facto de os rendimentos do banco advirem também das aplicações de recursos e não da sua actividade principal, de melhorar a liquidez “que se apresenta bastante fragilizada” e do aumento da capitalização da instituição bancária, constam entre os principais desafios.

Além de outros recursos de empréstimo financeiro e linhas de crédito captados pelo Ministério das Finanças e outros pela própria instituição, a capitalização do BDA é feita com 5% das receitas globais anuais provenientes da tributação sobre a actividade petrolífera e 2% das cobranças oriundas dos impostos sobre a operação diamantífera.

A instituição financeira pública criada a 7 de Julho de 2006, ao abrigo de um decreto do Conselho de Ministros, tem como objectivo apoiar o crescimento económico sustentado do país, constituindo-se num instrumento privilegiado para o financiamento do desenvolvimento da economia nacional, à luz do Programa de Desenvolvimento Económico e Social do Governo e da Estratégia Nacional de Desenvolvimento de Longo Prazo.

Fonte: Forbes Angola

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