Em declarações à imprensa, o também economista notou que “a classe jornalística vai sentindo já um recolhimento e ou afrouxar da abertura que os media públicos vinham tendo desde o início do consulado do novo Governo, liderado pelo Presidente João Lourenço”.
Este professor universitário fez essa observação à margem da Conferência sobre a “Liberdade de Imprensa e Jornalismo Económico”, por si abordado no Centro de Formação de Jornalistas da ANGOP, em alusão ao Dia 3 de Maio, consagrado internacionalmente à Liberdade de Imprensa.
“É uma pena que a liberdade de imprensa esteja a recuar. É uma pena que a liberdade continue a depender da vontade de quem governa. Deve haver liberdade de imprensa ou deve haver mais abertura e autonomia na actuação, sobretudo nos órgãos públicos”, expressou.
Neste particular, criticou a tendente monopolização, pelo Governo, das empresas do sector, o arresto de certos órgãos de comunicação privados, como os do Grupo Media Nova, e a suspensão recentemente da Record Tv África, Vida Tv e e Zap, por alegadamente estarem a funcionar à margem da Lei.
Frisou que a liberdade de imprensa ainda não é estruturante, por entender que continua a ser vulnerável com várias inclinações e que “essa abertura que se diz existir depende um pouco da vontade de quem tutela os órgãos de comunicação social públicos”.
Por sua vez, o director Nacional de Informação e Comunicação Institucional do MINTTICS, António de Sousa, precisou que o jornalismo feito neste período em que o país conhece o aprofundar da democracia regista-se o cimentar da liberdade de imprensa.
Segundo o responsável do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Angola tem estado a melhorar neste quesito, e o Executivo tem promovido a auto-regulação, como mecanismo de garantia de isenção e independência no exercício do jornalismo.
Isso, demonstrou, resultou na criação de condições para a instalação da Comissão da Carteira e Ética, através do esforço para o aumento da capacidade institucional da ERCA (Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana), o que constitui “um grande ganho e avanço”.
Já o presidente da Associação dos Jornalistas Económicos de Angola (AJECO), João Joaquim, precisou que o jornalismo económico tem registado progressos, a julgar pela qualidade dos textos de jornalistas particularmente jovens que se dedicam nessa vertente do jornalismo de especialidade.
Embora enfrentam inúmeras dificuldades, encorajou, “devem continuar a trabalhar como mandam as regras deontológicas, pautando pelo rigor e responsabilidade ao fazer matérias de comunicação de índole económica, de forma a contribuir para a estabilidade profissional da classe”.
A Associação de Jornalistas Económicos de Angola (AJECO) foi criada em Agosto de 1996, com o objectivo de contribuir para a especialização dos jornalistas, em matéria de economia e de outras ciências do saber.
A conferência sobre “Liberdade de Imprensa VS Jornalismo Económico” realizou-se no quadro das festividades do dia 3 de Maio, consagrado internacionalmente à Liberdade de Imprensa, e nela participaram entidades governamentais, jornalistas e estudantes.
O dia mundial da liberdade de imprensa é celebrado desde o ano de 1993, unindo esforços de entidades, jornalistas, activistas e outros cidadãos.
Segundo relatos, todos os anos vários jornalistas são capturados e mantidos prisioneiros em diversas regiões do mundo, com destaque para os países onde vigoram regimes ditatoriais.
Entretanto, várias organizações, como a Associação Repórteres Sem Fronteiras e a UNESCO, desenvolve esforços para proteger os profissionais de comunicação social em todo o mundo e alertar para os perigos a que estes estão sujeitos no desempenho do seu trabalho.
Fonte: Angop
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