Covid-19: Estátua do rei Ekuikui com máscara facial

A estátua do soberano rei Ekuikui II está colocada na rotunda principal da vila do Bailundo, na confluência das estradas Alto Hama/Bailundo, Huambo/Bailundo e Balundo/Cachiungo, numa área de mil e 445 metros quadrados, com um piso revestido de pedras e cerâmicas com um verde a volta, que permite ser vista por toda população.

Construída em 2010, em reconhecimento dos seus feitos e do seu reinado na luta contra a invasão colonial, a mesma comporta quatro toneladas e seis metros de altura, feita em bronze, com base numa fotografia da época, tirada por missionários canadenses, em 1890 e que se encontrava em arquivo.

Em entrevista à ANGOP, o actual soberano do reino do Bailundo, Ekuikui V, disse que o uso de máscaras no município do Bailundo é tão obrigatório quanto a lavagem das mãos com água e sabão, por ajudar na prevenção deste “inimigo silencioso e invisível” que pode afectar qualquer cidadão.

“A nível da Ombala a nossa missão tem sido obrigar as pessoas a usarem máscaras em todos os locais públicos, por isso mesmo, tal como podem ver, colocou-se uma máscara na face do Rei Ekuikui II para dizer que ninguém pode entrar no Bailundo sem que esteja coberto deste meio de protecção individual”, realçou o soberano.

Lembrou que o uso correcto de máscara ajuda não apenas na prevenção da gripe por coronavírus (covid-19), mas, também de outras doenças respiratórias, sobretudo nesta época de cacimbo.

Entretanto, no âmbito das acções de combate e prevenção contra a covid-19, o não uso de máscaras em locais públicos, na cidade de Luanda e no município do Cazengo (Cuanza Norte) ou em outro local onde seja decretada cerca sanitária passou a ser passível de multa.

Pela violação desta regra, segundo as autoridades, o cidadão deverá pagar entre cinco (5) a 10 mil Kwanzas de multa.

 Breve historial do Reino do Bailundo

Com uma corte constituída por 36 membros, a história regista que o apogeu do Reino do Bailundo se deu durante o reinado de Ekuikui II, de 1876 a 1890. Mas, foi o Rei Katyavala I que fundou o mesmo, vindo das terras do Cuanza Sul com a sua família, quando habitou nas cercanias das montanhas de Halavala.

Antes do Século XVII, o reinado manteve-se à margem do domínio colonial. Só por volta de 1770/71 é que Portugal se instalou no Reino do Bailundo com a presença de um juiz. Em 1885, a colónia portuguesa já estava representada no reino com um capitão-mor. 

O rei Ekuikui II teve o cariz de diplomata exímio. Ousou evitar a guerra e incentivou à prática da agricultura na população, e durante o seu reinado o Bailundo não enfrentou grandes guerras. Depois da sua morte sugiram as grandes guerras que culminaram com a subjugação da localidade e de toda a região do Planalto Central, isso em 1902.

Reinaram igualmente no Bailundo os reis Jahulo I, Samandalu, Tchingui I, Tchingui II, Ekuikui I, Numa I, Hundungulo I, Tchissende I, Jungulo, Ngundji, Tchivukuvuku Tchama Tchongonga, Utondossi, Bonji, Bongue, Tchissende II, Vassovava,  Katiavala II, Ekongoliohombo, Numa II, Moma, Kangovi, Hundungulo II, Mutu Ya Kevela (vice-rei), Tchissende III, Jahulo II, Mussitu, Tchinendele, Kapoko, Numa II, Pessela Tchongolola e Ekuikui III Ekuikui IV.

No território do Bailundo, com 573 aldeias e 79 Ombalas, abundam várias cadeias montanhosas, das quais se destacam as de Lumbanganda, Chilono, Nity e o morro do Halavala, onde jazem os restos mortais dos reis Katyava e Ekuikui, símbolos da resistência anti-colonial na região do Planalto Central.

Na província do Huambo, situada no Planalto Central de Angola, existem cinco reinos, designadamente o reino do Huambo, Chiaka, Sambo, Bailundo e do Chingolo.

Fonte:Angop
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