“Estava a fazer compras de Natal”. A história da suspensão de um campeão do mundo que pode ficar sem Jogos Olímpicos

No início da semana passada, foi Salwa Eid Naser. A campeã do mundo dos 400 metros, que conquistou o ouro nos últimos Mundiais de Doha, foi suspensa provisoriamente pela Athletics Integrity Unit (AIU) por ter falhado três controlos anti-doping no espaço de um ano. A atleta que compete pelo Bahrain contestou a decisão, garantiu que faltar a três controlos em 12 meses é “normal” e que nunca fez “batota”: no entanto, pode acabar com dois anos de suspensão e fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Esta quarta-feira, chegou a vez de Christian Coleman.

Também campeão do mundo em Doha, o norte-americano conquistou as medalhas de ouro nos 100 metros e na estafeta 4×100 metros, sendo nesta altura um dos nomes mais entusiasmantes e promissores da velocidade internacional. Contudo, e tal como Salwa Eid Naser, Coleman foi esta quarta-feira suspenso provisoriamente pela AIU por ter violado três vezes as regras da Agência Anti-Doping. Como? Ora, todos os dias, todos os atletas têm de informar as autoridades anti-doping sobre o sítio onde vão estar durante uma hora, em caso de necessidade de serem testados. Esta violação indica que tanto Naser como Coleman não informaram a agência sobre o local onde os podiam encontrar ou, em alternativa, não estavam onde disseram que iam estar. Em situações normais, e depois de a investigação estar totalmente concluída, os atletas que são acusados deste tipo de violações acabam por ser suspensos durante dois anos, o que significa que o representante dos Estados Unidos falharia os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021.

Christian Coleman reagiu à notícia através do Twitter, onde publicou uma longa resposta à decisão disciplinar e acusou a AIU de montar “uma armadilha” para o apanhar. “Quero que todos conheçam a situação com a qual estou a lidar. Há uns dias, a AIU chegou à conclusão — da qual eu tenho vindo a recorrer nos últimos seis meses — de que eu falhei um teste no dia 9 de dezembro de 2019. E agora, isso pode resultar na minha suspensão, devido a outros casos que acontecerem há bem mais de um ano, nesta altura”, explicou o atleta, detalhando que os outros dois controlos aos quais não terá respondido foram em janeiro e abril do ano passado.

Texto: Observador
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