Fortaleza de São Miguel já não pode ser classificada como património cultural da humanidade

A Fortaleza de São Miguel não mais vai poder ser classificada como património cultural da humanidade, tal como consta nos registos da Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura (UNESCO). Esta posição foi manifestada pela arquitecta Ângela Mingas, professora da Universidade Lusíada de Angola, ao jornal Vanguarda

Trata-se de uma situação que decorre da construção de edifícios como o Shopping Fortaleza no entorno da Fortaleza de São Miguel, imóvel centenário que alberga o Museu das Forças Armadas Angolanas.

Tudo que acontece no chamado Morro de São Miguel, alerta a académica, entra em conflito com a paisagem da fortaleza, naturalmente, provocando a erosão do valor deste património histórico da cidade de Luanda. Diz ser uma consequência da má gestão do território e espaço público, um erro consciente assente numa lógica financeira e de mercado.

Fundadora da Escola de Arquitectura da Universidade Lusíadas de Angola e doutora em Planeamento Urbano, Ângela Mingas diz não perceber que o Porto de Luanda de onde saíram milhões de homens e crianças para  o Brasil, EUA, Cuba,  não tem um único monumento que honra a memória dessas pessoas.

É uma realidade, sublinha Mingas, devidamente tratada em paises como o Gana, Senegal. E Luanda, cidade com muito mais importância do que qualquer outra na costa africana relacionada a este tema, não tenha  nada que coloque  em evidência  a memória deste período lúgubre.

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