Cerca de 50 por cento das crianças da província do Bié estão desnutridas

A prevalência da má-nutrição crónica na província angolana do Bié atinge aproximadamente 50 por cento das crianças. Esta taxa está substancialmente acima da média nacional que é de 38 por cento, segundo o representante do Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD), Joseph Ribeiro.

Trata-se de percentagens acima do limite definido pela Organização Mundial da Saúde para a declaração de emergência nutricional grave, que é de 15 por cento

Estes dados foram divulgados hoje, 22 de Outubro, numa cerimónia de formalização de uma doação do BAD ao Estado angolano, representado pelo Ministério das Finanças, de um milhão de dólares, que vai ser aplicado em programas de emergência alimentar e combate à má-nutrição na província do Bié, nos municípios do cuito e N’hareia.

O donativo do BAD, diz o seu representante, vai apoiar acções de alimentação terapêutica para mais de cinco mil crianças nas localidades citadas do Bié. Contempla, igualmente, o aperfeiçoamento de competências locais para enfrentar e prevenir situações de insegurança alimentar.

Lorena Magalhães, professora universitária de Biologia, alerta que a desnutrição em crianças  compromete o desenvolvimento mental e físico, causa situações graves como diminuição ou interrupção do crescimento,  anemia, alterações ósseas e de órgãos do sistema respiratório, imunológico e digestório. Pode provocar também alterações psicológicas, como depressão e apatia.

De acordo com dados do Ministério da Saúde apenas Cabinda e Zaire estão fora do mapa das províncias afectadas por casos preocupantes de má-nutrição grave. A República de Angola tem 18 províncias e Luanda é a capital do país.

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