Maria Eugénia reconhecida por ideologias progressistas.

Um olhar sobre a vida, obra e a figura de Manguxi, na perspectiva de quem o encorajou na luta pela libertação nacional, esteve na base, quarta-feira, de uma homenagem a Maria Eugénia Neto, que marcou a abertura das jornadas “Celebrando Neto”, na Casa da Cultura do Rangel “Njinga Mbande”, em Luanda.

Durante os depoimentos, a secretária-geral da Organização da Mulher Angolana (OMA), Luzia Inglês “Inga”, recordou os feitos de “Jenny”, desde 1977, época em que a conheceu em Brazzaville, como uma cidadã de “ideologias progressivas”, dedicada sempre à causa do povo angolano.
De acordo com a nacionalista, Maria Eugénia Neto, viúva do Presidente Agostinho Neto, com outras militantes, fez parte da criação do hino da OMA, tendo sido igualmente membro desta organização desde a sua fundação, em 1979. Na década de 90, lembrou, Maria Eugénia Neto foi membro do Comité Nacional da OMA, em que permaneceu até o quarto congresso.
Irene Webba, nacionalista, militante e membro do Comité Nacional da OMA, qualificou a homenageada como uma mulher determinada, firme e corajosa por todas as humilhações socioculturais e raciais pelas quais passou por se casar com um homem de raça negra. “Maria Eugénia Neto sempre mostrou ser uma mulher de qualidades ímpares, que teve no rigor e personalidade a sua grande arma.”
Num momento de fortes emoções, a nacionalista Luzia Inglês fez a entrega de um ramo de flores, enquanto a directora da Casa da Cultura do Rangel, Patrícia Faria, entregou um diploma de mérito, no qual reconhece na homenageada dedicação, alto profissionalismo e espírito de missão no exercício de funções, em prol da preservação da obra e imagem do primeiro Presidente da Nação angolana, esperando que o seu exemplo sirva de incentivo às demais gerações.
Durante as jornadas, explicou Patrícia Faria, vai ser realizado um conjunto de actividades para celebrar o mês do Herói Nacional, com destaque para espectáculos culturais infantis, recital de poesia e sarau cultural sobre a vida e obra de António Agostinho Neto.
Em declarações à imprensa, Maria Eugénia Neto, questionada se estaria disposta a repetir tudo de novo, não quis comentar por motivos que preferiu manter em segredo. Sobre as festividades do 17 de Setembro, espera que tudo possa correr na normalidade com actividades em prol dos feitos de Agostinho Neto, no país e no estrangeiro.
Quanto ao estado de abandono da vila de Caxicane, localidade onde nasceu o marido, Maria Eugénia Neto espera que o Executivo e a sociedade civil possam mobilizar-se no sentido de reabilitá-la, para dar dignidade à localidade. 
A viúva sugeriu que se transforme a vila de Catete num local de peregrinação à memória de Neto, como símbolo de “todos os guerrilheiros que tombaram pela luta de libertação nacional.”
Além da homenagem, foi inaugurada uma exposição fotográfica, composta por 25 imagens, parte do acervo da Fundação António Agostinho Neto, assim como uma Feira do Livro.

Fonte: Jornal de Angola

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