Médicos cubanos é que asseguram saúde em zonas recônditas do país – Governo

Pedro Sebastião respondia hoje na Assembleia Nacional aos comentários levantados por deputados relativamente ao Relatório das Atividades Realizadas para o Controlo da Pandemia da Covid-19, apresentado no parlamento.

A vinda de médicos cubanos e as condições salariais para os mesmos têm sido alvo de críticas sobretudo da classe médica angolana, tendo o Sindicato Nacional dos Médicos de Angola considerado mesmo a hipótese da paralisação dos serviços em protesto.

Segundo Pedro Sebastião, o Governo considera essa reclamação um não problema, porque está “habituado a viver essas situações”.

“E se nós olharmos para o país real que nós somos, olharmos ali onde o sol mais castiga, quem são os médicos que lá estão? Com todo o respeito que temos da classe, mas nós vamos encontrar aí, em municípios que todos nós conhecemos, esses médicos a emprestarem todo o seu profissionalismo, toda a sua entrega, dedicação, para minimizar os problemas por que nós vivemos hoje, com dificuldades de colocar profissionais da saúde em quantidade e qualidade nesses pontos”, frisou.

Face ao quadro que descreveu, Pedro Sebastião considerou que a situação “por si só despensa comentários”.

Angola teve custos de 79,3 milhões de dólares (71,3 milhões de euros) na contratação de médicos especialistas cubanos para assistência médica em Angola.

Em abril, a ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, anunciou a chegada ao país de 244 médicos cubanos, com o objetivo de ajudarem no combate ao novo coronavírus, e que os mesmos foram distribuídos por todo o território angolano.

Para o sindicato dos médicos, a classe está a ser desvalorizada pelo Governo angolano, uma vez que foi atribuído um salário de cinco mil dólares (4.457 euros) aos colegas cubanos, de acordo com uma informação avançada por Sílvia Lutucuta numa conferência de imprensa.

Texto: Agência Lusa
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