O poder das redes sociais em Angola

Angola tem cerca de 15 milhões de assinantes de telefonia móvel, sete milhões de utilizadores de Internet e mais de dois milhões de subscritores de televisão por assinatura, destacou recentemente o Jornal de Angola, citando o Ministério das Telecomunicações Tecnologias de Informação e Comunicação Social.

Embora ainda seja abismal a diferença de pessoas residentes em zonas rurais com acesso à ‘internet’ em comparação com o número de pessoas em zonas urbanas e suburbanas, se tivermos em conta os números apresentados pelo Ministério das Telecomunicações Tecnologias de Informação e Comunicação Social, podemos concluir que a maioria da população adulta angolana já está conectada a rede global e, de alguma forma, usa o telemóvel para ter acesso à informação.

Entretanto, tal como acontece em quase toda a parte do mundo, a maior motivação das pessoas para usar a ‘internet’ no telemóvel é entrar nas redes sociais, buscar informações e pesquisas de interesse pessoal. Outro uso importante é o de aplicativos de mensagens instantâneas. São as redes sociais.

Apesar de terem existido vários outros aplicativos de sucesso, o ano de 2004 pode ser considerado o ano das redes sociais, pois nesse período foram criados algumas das redes sociais mais populares, incluindo a maior de todas até hoje — O Facebook.

Superando a incrível marca de quase dois bilhões de pessoas cadastradas, o Facebook de Mark Zuckerberg é hoje a dona do WhatsApp e do Instagram que com o Snapchat, Tik Tok e o Youtube compõem o conjunto de aplicativos de Redes sociais mais usados em Angola. O Twitter e o Badoo não se popularizaram tanto, mas também são usados com alguma frequência por grupos específicos.

São evidentes as transformações sociais resultantes do impacto do uso massivo das redes sociais pela população angolana. Cumprindo o seu papel fundamentado na interacção social, elas permitem o intercâmbio e partilha de ideias, informações, opiniões, imagens e vídeos. Essa possibilidade de propagar o conteúdo que bem entenderem e quando bem-quiserem ponderou de alguma forma o angolano utilizador das redes sociais  e com razão.

Devido a não limitação que as redes sociais oferecem, os cidadãos passaram a ter todo o poder para serem os novos disseminadores de informação. Esse poder concedido aos utilizadores das redes sociais provocou imensas mudanças, como a perda do monopólio de informação pela imprensa tradicional e, com isso, levantam questões relevantes a respeito do futuro político do País.

Com tanta população a usar as redes sociais em Angola, será que estas plataformas já são ambientes representativos da população angolana? Terão as redes sociais alguma influência nas próximas eleições?

São perguntas para respondermos nos próximos artigos.

Ernesto Samaria
Compartilhar