Oposição quer que Estado ajude a pagar salários nas empresas em crise, MPLA sugere a empresários que recorram ao crédito bancário

Opresidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, não concorda, por exemplo, com o despedimento de trabalhadores do Banco de Poupança e Crédito (BPC) em tempo de crise e defende que o Executivo deve ajudar as empresas que estão a enfrentar esta crise.

“No caso do BPC, o despedimento dos trabalhadores não é, não pode, nem deve ser, marca indelével das reestruturações, tal como está a acontecer, cuja única publicitação é o despedimento, sem referências às responsabilidades dos seus gestores e devedores, muitos em absurdas e inóspitas campanhas de filantropia, sem o mínimo de ética, socialmente recomendável”, disse ao Novo Jornal Adalberto Costa Júnior.

O presidente do principal partido da oposição solicitou ao Executivo para seguir o exemplo de outros países africanos que estão a ajudar algumas empresas paralisadas no pagamento de salários, tendo citado como exemplo Cabo Verde.

” Eu dou um pequeno exemplo, em Cabo Verde, um pequeno País, tido como muito, como sendo mais pobre do que Angola, o Estado está a comparticipar as empresas no pagamento de uma parte dos funcionários. Ora, se Cabo Verde pode fazer isto, porque é que Angola não faz? E eu não acredito que o governo de Angola tenha menos meios do que o governo de Cabo-Verde”, disse Adalberto Costa Júnior.

“Estamos a assistir a universidades inteiras a despedir o pessoal, estamos a assistir ao risco de todo pessoal ligado ao sector do ensino privado ir para casa; estamos a assistir àqueles aspectos dos mercado que nunca abriram, a despedir de forma compulsiva os seus funcionários. O risco é muito grande”, acrescentou.

O membro do colégio presidencial da CASA-CE, Manuel Fernandes, também lamentou que centenas de empresas privadas estejam paralisadas e não tenham condições de pagar salários.

“As empresas privadas que pagam os impostos e que têm dificuldades para pagarem os seus funcionários, devem ser ajudadas pelo Governo para minimizar o sofrimento dos trabalhadores”, disse, lamentando que muitas famílias de funcionários estejam a passar momentos críticos.

Também o presidente do PRS, Benedito Daniel, defendeu que o Executivo deve financiar por algum tempo os salários dos funcionários das pequenas e médias empresas nesta fase da crise da pandemia covid-19.

“As empresas estão quase todas paradas, porque, sabemos, a pandemia do novo coronavírus tem provocado as mais diferentes consequências em variados sectores, particularmente na saúde e na economia, em todo o mundo”, assinalou.

Já a deputada do MPLA, Ruth Mendes, afirmou que as empresas também podem recorrer a bancos comerciais para conseguirem créditos e minimizarem situações dos salários dos trabalhadores.

“O acesso a crédito nos bancos comerciais também é um caminho que as empresas privadas podem seguir a fim de resolver o problema dos salários dos seus funcionários”, concluiu.

Texto: Novo Jornal
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