Papa pede corte da dívida dos países pobres

Numa carta aos participantes da reunião anual de primavera do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, o Papa disse que a pandemia forçou o mundo a aceitar as crises sociais e económicas, ecológicas e políticas.

“A noção de recuperação não pode se contentar com um retorno a um modelo desigual e insustentável de vida económica e social, onde uma pequena minoria da população mundial possui metade da riqueza”, disse o pontífice em carta datada de 4 de Abril.

O Papa pediu um novo “plano global” que “necessariamente significa dar às nações mais pobres e menos desenvolvidas uma participação efectiva na tomada de decisões e facilitar o acesso ao mercado internacional.”

Um espírito de solidariedade global “exige pelo menos uma redução significativa do peso da dívida das nações mais pobres, que foi exacerbado pela pandemia”, disse o Papa Francisco.

Os responsáveis pelas finanças do Grupo das 20 grandes economias prorrogaram, na quarta-feira, a suspensão dos custos do serviço da dívida para os países em desenvolvimento, mas não conseguiram cancelar a dívida ou expandir o alívio, conforme solicitado por organizações sem fins lucrativos.

Os mercados financeiros precisam ser sustentados por leis e regulamentos que garantam que trabalhem para o bem comum, disse o Papa, pedindo “uma solidariedade de vacina justamente financiada”. “Não podemos permitir que a lei do mercado tenha precedência sobre a lei do amor e da saúde de todos”, disse.

Com as campanhas de vacinação nos países pobres africanos muito atrás das do mundo rico, particularmente nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, o Papa apelou aos líderes políticos e empresariais para fornecer “vacinas para todos, especialmente para os mais vulneráveis ​​e necessitados”.

Texto: Jornal de Angola
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