Raul Danda “não é um militante consequente e irrepreensível da UNITA”

Por isso a sua candidatura à liderança do maior partido da oposição foi chumbada, diz a deputada da UNITA Mihela Webba, numa publicação nas redes sociais.

A alegada ausência de militância “consequente e irrepreensível” por parte de Raul Danda tem a ver com um certo período da década de 90 marcado por discursos, do ainda vice-presidente da UNITA, contra a figura de Jonas de Savimbi, recorda Cláudio Santos.

Jurista e mestre em Ciências Políticas pela Universidade do Porto (Portugal), Cláudio Santos considera que Raul Danda não foi perdoado pelo facto de ter traído a memória do líder fundador, Jonas Savimbi. E mais grave, Danda, natural de Cabinda, não percebeu que foi usado para dar um perfume nacional e inclusivo a uma organização que permanece no seu “âmago como um gueto etnocentrista”, afirma o cientista político, citando Abel Chivukuvuku

Mihaella Weba contesta esta versão nas redes sociais. Afirma que a questão é fundamentalmente estatutária e que os estatutos devem ser cumpridos. Ou seja, Danda está ser penalizado pelo período de tempo que deixou de militar na organização.

Questionada sobre o facto de Danda ter condições para ser vice-presidente e de não ter para ser presidente, Weba diz que o citado posto é um órgão por excelência vicário. Significa que é apenas necessário para períodos de substituição temporários e nunca com a plenitude de poderes, apenas para exercer funções de mera gestão corrente.

A vice-presidência da UNITA não é um cargo que decorre de eleição, “logo os estatutos estabelecem competência exclusiva ao Presidente para escolher o seu vice-presidente, sublinha Weba, deputada e assessora especial de Isaías Samakuva, o ainda presidente do partido fundado por Jonas Savimbi, morto em combate em Fevereiro de 2002.

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