Subvenções implícitas aos combustíveis custam 1,39 mil milhões de dólares à Sonangol

A Sonangol subsidia atualmente cerca de 60% do custo do litro de combustível, segundo um administrador da petrolífera, que estimou o valor das subvenções implícitas em 1,39 mil milhões de dólares (1,22 mil milhões de euros).

“Estamos a suportar perto de 60% do custo do litro e neste contexto o valor das subvenções implícitas é de 1,39 mil milhões de dólares”, adianto Baltazar Miguel, numa conferência de imprensa em Luanda, para assinalar o 44.º aniversário da empresa.

O administrador da petrolífera estatal acrescentou que a definição de preços dos combustíveis não é feita atualmente tomando como base os custos e margens da Sonangol, mas sim na base de um ‘benchmarking’ (valores de referência) da região.

“Atendendo às vicissitudes que o próprio produto vive e viveu de 2016 até agora no mercado internacional e que 80% dos combustíveis que se consomem em Angola são importados é fácil chegar à conclusão que a Sonangol está a subvencionar os combustíveis”, notou, por seu lado, o administrador da Sonangol Luís Maria

O mesmo responsável garantiu que a petrolífera e o Governo angolano estão alinhados no sentido de manter a justiça e a paz social e lembrou que a última alteração de preços foi feita em 01 de janeiro de 2016.

“Nessa altura o pressuposto mais importante para alteração do preço foi a solução do câmbio de um dólar para 155 kwanzas. Hoje temos uma paridade de um dólar para aproximadamente 500 kwanzas”, assinalou.

Luís Maria salientou que o Governo e a Sonangol têm estado a trabalhar de forma estreita desde meados de 2018 para garantir que o abastecimento de combustível é feito de forma sustentável e evitar dificuldades adicionais sobre as populações mais carentes.

“A Sonangol tem interesse em desenvolver atividade em ambiente de paz e justiça social e isto constitui o motivo condutor das atuais negociações em curso”, frisou o administrador.

A atualização dos preços dos combustíveis decorrente do fim dos subsídios deverá acontecer ainda este ano, mas ainda não existe data para entrar em vigor.

No ano passado, o Governo angolano e o Fundo Monetário Internacional (FMI) concertaram posições quanto ao fim dos subsídios aos combustíveis que só deverá ser aplicado em simultâneo com um programa de transferências sociais para as famílias mais vulneráveis.

A meta é atingir um milhão de famílias até meados de 2020, quando está prevista a entrada em vigor do mecanismo automático de ajustamento dos preços dos combustíveis.

Texto: Agência Lusa
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