Melhoria da balança de pagamentos depende da diversificação das exportações

Exportação de frutas como a banana conquista mercados em África e Europa

Investimento Directo Estrangeiro (IDE) e o aumento das exportações não petrolíferas são as duas saídas para atenuar os efeitos negativos da redução da produção petrolífera na balança de pagamentos a partir de 2022 e especialmente em 2023.

Trata-se de uma perspectiva de um estudo do Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Fomento de Angola (BFA), publicado recentemente no portal da instituição financeira. O asseguramento de contas externas positivas e a protecção das Reservas Internacionais Líquidas (RIL) depende das várias descritas, ambas ligadas à diversificação económica.

Em 2019 as exportações fora do sector dos hidrocarbonetos atingiram entre 1,3 a 1,4 mil milhões de dólares. O valor máximo atingido por este segmento está cifrado em 1,7 mil milhões de dólares e ocorreu em 2014.

 O estudo do BFA recomenda como meta mínima recomendável para as exportações não petrolíferas um volume de cerca de 3,0 mil milhões de dólares. A outra face da mesma moeda é o Investimento Directo Estrangeiro, igualmente no sector não-petrolífero, sublinha o documento.

De acordo com dados do Banco Nacional de Angola (disponíveis desde 2012), o máximo de entradas de IDE fora do sector petrolífero foi em 2018, de 0,6 mil milhões de dólares. Contudo, segundo o documento do BFA, descontando o desinvestimento, o saldo foi positivo em apenas 0,2 mil milhões de dólares. Em 2019, de acordo com os dados até o 3º trimestre, estes números poderão melhorar ligeiramente, mas estão ainda longe das necessidades do país.

O dobro ou o triplo dos números do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) descritos acima são apontados como os necessários para a economia angolana pelo levantamento do BFA. Tal implicaria a “melhoria do ambiente de negócios e assegurar a participação de capitais estrangeiros no Programa de Privatizações.

A não materialização do cenário traçado vai provocar a curto ou médio prazo um novo ajustamento da “economia pela via cambial, ou seja uma continuada depreciação e quebra ainda maior das importações, prejudicando seriamente o nível de vida da população.”, prognosticam os autores do documento.

Compartilhar