Isabel dos Santos elogiou recentemente o semanário Novo Jornal por ter corrigido uma informação que atribuía à sua pessoa a propriedade da Aenergy, uma empresa cujos contratados que detinha com o Estado angolano foram recentemente rescindidos pelo Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço.
Na sua conta no Facebook, a empresária agradeceu o profissionalismo do periódico por ter admitido a falha e ter apresentado um pedido de desculpas pelo lapso. O Novo Jornal, um dos mais respeitados órgãos de imprensa de Angola, é dirigido pelo jornalista Nok Nogueira, que substituiu Carlos Ferreira, também conhecido por Cassé, actual adido de imprensa da Embaixada de Angola em França, um antigo quadro da Rádio Nacional de Angola.
Primogénita do segundo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, Isabel dos Santos é das mulheres de negócios mais influentes do continente africano. Actua em áreas diversas do universo empresarial angolano, detendo interesses na banca, indústria, grande distribuição, telecomunicações, e tem investimentos também no estrangeiro, especialmente em Portugal.
Ausente do país há mais de um ano por razões alegadamente judiciais, é visível a sua aversão ao actual governo liderado pelo general João Lourenço, eleito Presidente em Setembro de 2017 com uma agenda que tem o combate à corrupção como elemento central do seu mandato para melhor o ambiente de negócios e a qualidade de vida das populações, segundo tem afirmado em diversos pronunciamentos.
Contudo figuras de relevo como o primeiro-ministro inaugurador do período multipartidário (1992), Marcolino Moco, começam a criticar o rumo do chamado combate à corrupção, marcado, segundo os mesmos, por selectividade com características de vingança.