Jornalista acusa Lourenço de “simular abertura da comunicação social pública”

Antigo quadro da Rádio Nacional de Angola e da Angop e com passagem pelo semanário Folha 8, diz que Lourenço não pode governar com e para o povo, porque está amarrado a uma teia de interesses antigos e novos. “Manda em vez de comandar um projeto desenvolvimento e prosperidade, com metas e prazos”, afirma o cronista e poeta, membro da União dos Escritores Angolanos.

Manuel da Costa compara João Lourenço com o Primeiro-Ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, que em pouco mais de dois anos mudou o seu país. Ou seja, fez a paz com a vizinha Eritreia, libertou presos políticos e inaugurou uma nova era na comunicação social.

 Segundo o jornalista a Etiópia iniciou uma era de liberdade de imprensa, sem viés ou simulação de comportamentos. E que o seu actual líder não se e escuda em “desculpas do tipo em dois anos não se faz o que não se fez em 40 anos”. Por isso, argumenta, recebeu o Prémio Nobel da Paz 2019.

Meses depois da tomada de posse de João Lourenço, Luísa Rogério, ex-secretária-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, dizia num programa da TPA que uma avaliação da real abertura da comunicação social pública apenas poderia ser feita quando a actual governação começasse a ser escrutinada pela imprensa.

 Receios de que a comunicação social pública está ser condicionada pelo poder político emergiram, segundo vários jornalistas, quando começaram a ser divulgadas matérias críticas, sem contraditório, sobre uma manifestação marcada para o passado 11 de Outubro, apoiada por artistas como o Paulo Flores, Dog Murras, Yannick Afroaman e o Ganstar.

Este receio é partilhado pelo internauta José Carlos, 29 anos, contabilista, que manifestou tal sentimento num grupo de debate cultural no Facebook. Luís Figueira, 26 anos, finalista do curso de jornalismo discorda, argumentando  que o processo aberto por João Lourenço é irreversível e que estamos todos a aprender. Contudo, ambos num ponto estão de acordo: a abertura vivida hoje era inimaginável há dois anos e o mérito é de um homem, o actual Presidente da República.  

Redacção Mukanda
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