As declarações surgem depois do Facebook ter anunciado a decisão de não verificar a autenticidade de publicidade política, algo que aumenta os riscos de ‘fake news’ numa altura em que os Reino Unido vai às urnas em dezembro e os EUA se preparam para as eleições de 2020.
O escândalo do Cambridge Analytica vai ser tema do próximo documentário da Netflix, “The Great Hack”. O filme conta como o escândalo conduzido através da rede social afetou não só mais de 50 milhões de utilizadores, como também pôs em risco governos de todo o mundo.
A falar na estreia da longa-metragem, em Nova Iorque, Hilary Clinton responsabilizou Mark Zuckerberg pelas consequências que surgiram do escândalo e afirmou que “devia pagar o preço” por aquilo que fez à democracia, cita o The Guardian, esta segunda-feira.
As declarações surgem depois do Facebook ter anunciado a decisão de não verificar a autenticidade de publicidade política, algo que aumenta os riscos de desinformação numa altura em que os Reino Unido vai às urnas em dezembro e os EUA se preparam para as eleições de 2020. A candidata democrata às presidenciais de 2016, afirmou ser inevitável que informações falsas no Facebook tenham impacto nas próximas legislativas “porque a propaganda funciona”.
Um exemplo disso remete para as eleições de 2016, quando correram notícias falsas no Facebook sobre o papa Francisco apoiar o presidente eleito Donald Trump, algo que “realmente teve impacto” e previu que “só será mais forte daqui para frente porque já foi testado. Eles sabem no que tiveram sucesso”, afirmou Hilary Clinton.
Em março de 2018, veio a público que a consultoria política havia tido acesso a dados pessoais de 87 milhões de usuários da rede social, em um dos maiores escândalos de privacidade que atingiu o Facebook. Nos meses que sucederam, Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, enfrentou interrogatórios de legisladores dos EUA e da União Europeia sobre como a Cambridge Analytica obteve acesso a tais dados.
De acordo com as investigações que se sucederam, o escândalo teve impacto nas eleições norte-americanas mas mas Clinton disse que essa é apenas a “ponta do iceberg” em termos dos desafios que a democracia enfrenta.
“Quando o Facebook é a principal fonte de notícias para mais da metade do povo americano, e a única fonte de notícias à qual a maioria das pessoas presta atenção, se [o Facebook] anuncia que não tem responsabilidade pela veiculação de anúncios falsos…como podemos obter informações verídicas sobre o que quer que seja, sem falar nos candidatos que concorrem ao cargo?”, questionou.
Jornal de Economia