Crise de consumo: fabricante de bebidas reduz produção e a indústria de cimento está em agonia

Daniel aponta como principais causas da redução da produção, dificuldades de aquisição de matéria-prima pela escassez de divisas e a redução do poder de compra da população devido à inflação. Por isso a empresa labora apenas com 38 por cento da sua capacidade instalada. “Se persistir a queda do consumo, a produção vai baixar ainda mais e não vamos segurar os trabalhadores.”, antecipa o gestor.

Situação semelhante atravessa a indústria do cimento. A produção caiu nada mais nada menos que 70 por cento, ou seja, de 5.5 milhões de toneladas para 1.54 milhões de toneladas, descreve O Valor. O sector apenas está a usar 18 por cento da capacidade instalada no país.

De acordo com a Associação da Indústria de Cimentos de Angola (AICA), as unidades do país podem produzir 8.6 milhões de toneladas do produto. E de modo a optimizar a capacidade de produção, estão a persuadir o Estado a optar pelo betão na reparação e abertura de novas estradas.

O quadro descrito afecta a generalidade do sector empresarial, considera Lago de Carvalho, economista de formação e empresário, numa entrevista recente. Alves da Rocha, professor da Universidade Católica de Angola, sublinha que a pobreza e a queda contínua dos rendimentos das famílias, e em muitos casos a ausência de rendimentos, atinge uma franja expressiva da população.

Por isso o empresário Lago de Carvalho, um crítico da estratégia de reanimação da economia do Executivo, reitera em várias entrevistas à comunicação social que sem consumo não há actividade económica sustentável. E advoga a tomada de decisões que possam melhorar os rendimentos das famílias e, consequentemente, a sua capacidade de consumo.

Redação Mukanda
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