Capita segue viagem hoje para o Brasil

O jogador foi impedido de viajar com a Selecção Nacional Sub-17 para o Brasil e a ministra da Juventude e Desportos, Ana Paula Sacramento Neto, repudiou a atitude da Federação Angolana de Futebol (FAF), em permitir que o atleta fosse impossibilitado de embarcar com o grupo na passada quarta-feira.

Convocado para marcar presença no campeonato, o atleta foi “barrado”, quando se preparava para fazer o “check-in”, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, por decisão do clube militar, com respaldo da federação.

Carlos Hendrick, presidente do 1º de Agosto, justificou a posição da sua direcção, com o facto de Capita estar a enfrentar um processo disciplinar, em virtude de ter fugido da academia e se ter recusado disputar os jogos da equipa.

“É um mau exemplo para os seus colegas que estão na academia. O Capita é um indivíduo que foi trabalhado para ser disciplinado. Não treina há quatro três meses e não joga, não tem condições para estar na selecção”, afirmou o dirigente dos rubro e negros em declarações à Rádio Cinco.

Mas a decisão de impedir o jogador de viajar para o Brasil ocorreu à margem de uma despacho de autorização de viagem exarado pela ministra da Juventude e Desportos. De acordo com Ana Paula Sacramento Neto, o jogador tem autorização do Estado angolano para embarcar com a selecção.

“A nossa decisão é que, em Angola, a criança e os adolescentes são prioridade absoluta e tendo a federação um despacho de missão de saída para o exterior do país, relacionada a selecção nacional, competia a federação colocar o jogador no avião. A federação, com o despacho do ministério, devia colocar o jogador no avião. Ninguém pode «matar» a carreira do atleta”, repudiou, veementemente.

O presidente da FAF, por seu lado, atirou todas as responsabilidades ao 1º de Agosto. Artur Almeida e Silva assegurou que a federação aceitou o pedido do 1º de Agosto, mas deixou claro que o clube deveria assumir as consequências com a ausência do jogador da selecção.

“A responsabilidade de o Capita não fazer parte da selecção foram entregues ao 1º de Agosto e, naturalmente, o clube assume perante tal acto. Tivemos de aceitar, porque o filiado da federação é o 1º de Agosto e respeitámos, com certeza, o desejo do clube”, afirmou.

O jogador é, a par de Zito Luvumbo, uma das principais referências da actual selecção nacional de sub-17, tendo sido o melhor marcador do último CAN, com quatro golos. Capita enfrenta um diferendo com o 1º de Agosto, que o levou a ser instaurado um processo disciplinar, alegadamente por estar a forçar a sua transferência para o futebol europeu.

Jornal de Angola
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