Isabel dos Santos garante: É falsa a notícia que aponta como estando predisposta a lançar informação de qualquer tipo e espécie em relação a qualquer figura ligada ao Estado angolano.

Depois de o jornal português Expresso ter divulgado que Isabel dos Santos tinha dito em privado que estava a ponderar divulgar documentos comprometedores para o Presidente da República, a empresária publicou a resposta nas redes sociais garantindo que se trata de uma “notícia falsa” embora não diga que desconhece documentos com conteúdos dessa natureza.

No Twitter, Isabel dos Santos diz que não está, ao contrário do que afirma o jornal português, “predisposta a lançar informação de qualquer tipo e espécie em relação a qualquer figura ligada ao Estado angolano ou a outro Estado qualquer”.

“É falsa a notícia que aponta Isabel dos Santos como estando predisposta a lançar informação de qualquer tipo e espécie em relação a qualquer figura ligada ao Estado angolano ou a outro Estado qualquer”, diz a filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, acrescentando que “este tipo de `fake news” é, imoral, desprovido de ética e patriotismo!”.

A empresária, que liderou a Sonangol durante cerca de um ano, garante que não quer ou pensa divulgar quaisquer conteúdos, mas nesta publicação não garante que eles não existem.

O Expresso, numa peça assinada pelo jornalista angolano Gustavo Costa, garante que Isabel dos Santos disse em privado que está a preparar a divulgação documentos que comprovam alegadas operações de financiamento feitas pela Sonangol que comprometem Manuel Vicente e outros elementos da administração da petrolífera, incluindo Gaspar Martins, e do próprio MPLA, incluindo o próprio presidente do partido e Presidente da República, João Lourenço.

Os documentos a que alude o jornal terão, diz a notícia, sido retirados dos arquivos da Sonangol durante o período em que a empresária presidiu ao seu conselho de administração, cerca de um ano, entre o fim do mandato do seu pai e o início do de João Lourenço, que a destituiu, e conterão informação explosiva sobre movimentos financeiros na petrolífera que comprometem João Lourenço porque, alegadamente, serviram de suporte à campanha que conduziu à sua vitória eleitoral em 2017.

Confrontado com esta possibilidade, Manuel Vicente garante ao jornal que nunca usou dinheiros da Sonangol: “Nunca usei dinheiro da Sonangol, usei sim o network que me permitiu crescer e estar à altura de contribuir para o desenvolvimento do nosso país”.

Esta é a primeira vez que Manuel Vicente, um dos homens que esteve sempre na linha da frente do poder em Angola durante a última década, pelo menos, do poder de José Eduardo dos Santos, seja à frente da então toda poderosa Sonangol, seja, depois, como Vice-Presidente da República, reage a este episódio que está a marcar de forma evidente a actualidade em Angola e a fazer correr ainda muita tinta na imprensa internacional devido à projecção de Isabel dos Santos.

Mas é ainda nesta rede social, o Twitter, que a empresária angolana, que está nas bocas do mundo desde que o Tribunal Provincial de Luanda lhe arrestou os bens, contas bancárias e participações em cerca de uma dezena de empresas nacionais, num despacho datada de 23 de Dezembro mas conhecido apenas a 30 desse mesmo mês, responde a outra notícia que aponta para que tenha abdicado da nacionalidade angolana depois de ter escolhido o Dubai como residência fiscal.

Lembrando que “as pessoas sabem que está fora de Angola há muito tempo” e que a razão é a “perseguição política” a que está sujeita a família de José Eduardo dos Santos, Isabel dos Santos questiona se alguém queria de mentisse na declaração fiscal a dizer que reside em Angola quando está fora do país oficialmente.

E termina sublinhando que “isso não é notícia”.

Mas uma das mais enigmáticas frases publicadas, ainda na mesma rede social, é uma citação da Bíblia: “Não há nada oculto, que não haja de manifestar-se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado. (Lucas 8:17)”

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