Metro de superfície de Luanda começa a ser construído este ano

A empresa alemã Siemens Mobility vai construir, a partir deste ano, o Metro de Superfície de Luanda, no âmbito de uma Parceria Público-Privada. O memorando de entendimento, que dará suporte à construção do Metro de Superfície, foi assinado ontem, em Luanda, pelo director executivo da empresa, Michael Peter, e o ministro dos Transportes de Angola, Ricardo D’Abreu, no quadro da visita que a Chanceler alemã, Angela Merkel, efecttuou ao país.

De acordo com o ministro dos Transportes, o Metro de Superfície deverá custar três mil milhões de dólares. Ricardo D’Abreu esclareceu que Angola terá uma participação na ordem dos 30 por cento, cabendo a outra parte aos agentes privados interessados em participar no projecto.
O ministro disse que uma vez assinado o acordo, começa o trabalho nas diferentes etapas do projecto, quer do ponto de vista nacional, quer internacional. “A intenção é que o projecto arranque o mais rápido possível, este ano, para facilitar a vida dos cidadãos”, referiu.
Sobre as linhas de crédito, Ricardo D’Abreu sublinhou que estão bem definidas, a nível macro, e que a primeira fase já está bastante desenvolvida.
A linha do Metro de Superfície vai ter uma extensão de 149 quilómetros. Vai cobrir os eixos principais de Luanda, isto é, do Porto de Luanda a Cacuaco, Avenida Fidel Castro Ruz-Benfica, Porto de Luan-da-Largo da Independência e Cidade do Kilamba-Largo da Independência.
Além do Metro de Superfície, o Plano Director de Luanda, já aprovado pelo Executivo, prevê também dois sistemas de metro de superfície, designadamente o Bus Rapid Transit (BRT) e o Veículo Rápido sobre Trilhos (carris), abreviadamente VLT.
O primeiro é utilizado para sistemas de transporte urbano com autocarros, que são alvo de consideráveis melhorias na infra-estrutura, nos veículos e nas medidas operacionais que resultam em qualidade de serviço mais atractiva.
Ontem, foram assinados também um Memorando de Entendimento nos domínios dos transportes aéreos, energia e um outro para a reabilitação das Estradas Nacionais 295 (Xangongo-Calueque) e 140 (Cuito-Andulo), além de um acordo financeiro e outro sobre a construção pela Voith de um centro de formação.
No Salão Nobre do Palácio Presidencial, depois das conversações oficiais entre o Presidente da República, João Lourenço, e a Chanceler alemã, Angela Merkel, foi assinado pelo ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu, e pelo embaixador da Alemanhã em Angola, Dirk Lock, um acordo sobre Serviços de Transporte Aéreo.
Além deste acordo, foi também assinado um outro para formação profissional entre o Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos e o Instituto dos Serviços alemão para Intercâmbio Académico e Formação Profissional.

Gestão de Portos e Caminhos de Ferro
Na sua intervenção, no Palácio da Cidade Alta, antes da assinatura dos Acordos, João Lourenço afirmou que a concessão para gestão dos principais caminhos de ferro e portos existentes, com realce para o CFB, com vista a rentabilizar o tráfego internacional de mineiros, merca-
dorias e passageiros dos países encravados, constitui um grande desafio para os investidores alemães do ramo dos transportes.
O Chefe de Estado falou do interesse do Executivo em estabelecer com a Alemanha programas de assistência em matéria de promoção e capacitação de quadros, de investigação e cooperação científica nos sectores da agricultura e florestas, pescas, educação, formação profissional e saúde.
O Presidente da República sublinhou que o país tem um grande interesse em aprofundar e ampliar a cooperação com as instituições financeiras e bancárias alemãs, com o propósito de assegurar os financiamentos necessários para o desenvolvimento dos sectores do gás, energia e águas, infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias e portuárias num regime de parceria públi-co-privada.
No domínio da cooperação financeira, a Alemanha disponibilizou um financiamento no valor de 1,06 mil milhões de dólares destinados à aquisição de equipamentos electromecânicos para apetrechar turbinas da central hidroeléctrica de Caculo Cabaça.
“Gostaríamos de ver o envolvimento de empresas alemãs na construção de outras centrais hidroeléctricas de grande porte, como o empreendimento binacional de Banje, no Rio Cunene, para servir Angola e a Namíbia, e também na produção de energia solar nas zonas mais remotas do país”.
No rol de interesses de Angola, o estadista angolano quer o apoio alemão para a expansão e modernização da rede eléctrica das cidades de Moçâmedes e Tômbwa e a interligação de ambas, a construção de uma unidade de produção de vacinas e um laboratório de pesquisa animal, bem como a construção da fábrica do papel-moeda e documentos de alta segurança.
O Presidente da República manifestou, também, o de-sejo de ver a Alemanha a ajudar a equipar a Marinha Nacional, no quadro da vigilância e segurança marítimas das águas nacionais e do Golfo da Guiné. “Equipar um ramo das Forças Armadas custa caro. Se houver interesse da Alemanha e financiamento, vamos continuar a trabalhar com o fabricante, mas também com o Estado”.
Ontem, o Presidente da República anunciou que a empresa alemã Voith vai oferecer uma Academia e construir a mini-hídrica do Cu-
emba. Tudo isso, disse, a título gratuito, sem custos. No âmbito do investimento privado, está prevista a instalação de uma linha de montagem da Volkswagen no país.


Fonte: Jornal de Angola

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