Nguami Maka e Tujila Tuajokota em grande no Cantares da Rainha

Foi com “Mana Fatima” que as mais de duas horas de música de raiz ecoaram no auditório, depois Jorge Mulumba recordou Duo Ouro Negro em “Amanhã” e recuperou um tema em que Dionisio Rocha afirma que em Angola rico não vai a escola e da forma natural como aprendem a divertir-se. Outros temas do cancioneiro nacional como “Minga” e “Ula Upe” foram interpretados diante de uma plateia que agitada.

Jorge Mulumba (hungu, puita, quissanje e voz), Francisco Fernando (ngoma solo), Paulo Roma (tambor baixo), João Manuel (dikanza) e Pascoal Caminha (mukindo) os integrantes do Nguami Maka chamaram os seus primeiros convidados, Tujila Tuajokota que estiveram ao nível. Foi com a história que aborda os sonhos e peripécias de Luanda que está na moda, em “Amor iami“ que iniciaram a sua viagem musical de seguida “Sente Respeito“ e passou ainda pelo seu mais recente sucesso “Virou Pincho” e outros encerrando com o conhecidíssimo “Mana Mena” que deixou a plateia em grande agitação, com uma forte exibição das bailarinas e a inclusão dos anfitriões.

Outros temas surgiram como “Man Firmino”, “Tcha Ku Parica” e outros rebuscando as harmonias dos sons ancestrais angolanos principalmente da região de Luanda. Destaque a ”Hyongo”, canção de Brandão Hamalata, músico do Kwanza-Sul e uma rapsódia com alguns temas sentimentais como “Pangiami” de Toni Caetano, “Monamgambe” de Tonito Fortunato, “Monamizeca” conhecido na voz de Bonga, e outros.

Bem perto do encerramento, uma espécie de assalto ao carnaval, com a presença da surpresa da noite, o vencedor da edição deste ano do Carnaval de Luanda, União Kilamba. Foi com o tema “Semba Lecado” de Urbano de Castro que aconteceu uma perfeita harmonia entre as duas formações. A relação dos grupos é muito forte, uma vez que trabalharam juntos na última edição da festa do entrudo.

Com a presença do responsável máximo da cultura de Luanda, Manuel Gonçalves ainda houve tempo para outros nomes e clássicos “Nguitabulé” dos Kituxi e “Kangrima” recolha da música angolana num roteiro que fechou com “Ilumba” de Nick e “Kamosso” .

O grupo em destaque foi fundado no dia 20 de Abril de 2002, Nguami Maka termo em kimbundu, que significa “não queremos problemas”. De acordo com a nota biográfica tudo começou face as dificuldades com que se debatiam no seu quotidiano e sentindo a premente necessidade de contribuírem inequivocamente para o engrandecimento da cultura angolana, um grupo de jovens liderado por Jorge António Henriques “Jorge Mulumba” decidiu destemidamente enveredar pelo mundo da música de raiz. Na altura era composto por cinco elementos: Jorge Mulumba (fundador e vocalista principal tocador de hungo, puita, lata, e Kissanji), Lolito (vocalista, e tocador de ngoma solo), Mingo (voz, e tocador de ngoma base), Pascoal Caminha (co-fundador, voz, e tocador de dicanza) e Nando (voz, e tocador de mukimdo)

Mantém contactos com vários grupos, sobretudo, o renomado grupo Kituxi, no qual são uma espécie de grupo satélite e em especial o músico Raul Tollingas que muito contribuiu no desenvolvimento dos Nguami Maka nos mais variados níveis. Em 2009 lançou o disco “Ngongo”, que em português significa sofrimento, com 13 faixas musicais nos estilos semba, kilapanga e rumba. Jorge Mulumba e colegas têm participado em obras de outros artistas

Ao longo dos anos têm participado nos principais projectos cultuais e musicais no país e em várias apresentações do estrangeiro

Nguami Maka está imbuído num projecto para o resgate dos valores culturais e artísticos ancestrais e tem colaborado com outros artistas, como os convidados Tujila Tuajokota provenientes de Malange e o grupo União Kilamba.

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