Seu Jorge sobre negros na moda: ‘Marcas aprenderam que somos bonitos’

As roupas da marca exaltam a brasilidade encontrada nas periferias, a cultura de rua e tem como influencia o hip-hop, o skate, a Jamaica e o punk.

“Eles estão bem abertos para a diversidade e é bonito de ver”, opina o músico, que usava um casaco todo escuro e estiloso além de óculos.

“Saber vestir-me eu sempre soube, só não tem quem me dê roupa. Herança do meu pai, virou um hábito. Quem não gosta de se arrumar para sair?”, brinca.

Embora o Brasil seja um país muito racista, o cantor diz gostar dos rumos que a moda está tomando. “Moda está mais plural. A juventude está a vir com muita vontade de expressão e a moda é uma delas. A população negra tem mais alternativas de consumo. As influências musicais e artísticas têm contribuído bastante para a expressão desse jovem que grita por pertencimento.”

O artista opina que pela primeira vez o negro está a ser respeitado na moda. “Não sei se as indústrias da moda abraçam ou se apropriam da causa negra. Crescemos assistindo no cinema todos os heróis brancos. Um dia aparece um “Pantera Negra” e é a maior bilheteria da Marvel.  É porque tem demanda reprimida. Isso dá abertura para todas as coisas acontecerem e todos os movimentos de expressão”, opina.

“O negro também quer estar na moda. Que bom que as marcas aprenderam que negro é bonito e veste bem as roupas”, finaliza Seu Jorge, que aguarda pela estreia da série “Irmandade “, na qual actuará como um líder de facção. A estreia na Netflix é dia 25 de outubro.

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
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