Luanda Leaks: Escritório de advogados que trabalhou com Isabel dos Santos alvo de buscas da Justiça portuguesa

A imprensa portuguesa, como nota a Rádio Renascença, denominou estas buscas como uma “megaoperação” envolvendo os interesses de Isabel dos Santos e no âmbito do caso Luanda Leaks, que levou a que contas e bens da multimilionária e empresária angolana fossem arrestados preventivamente tanto em Portugal como em Angola.

Segundo foi noticiado em Lisboa, estas buscas estão directamente ligadas a uma alegada transferência ilegal de 115 milhões de dólares feita pela empresária e estão relacionados com, sublinha o semanário Expresso no seu site, a Matter Business Solutions, empresa com sede no Dubai, apontada como suspeita pela autoridades angolanas, e uma outra empresa com sede em Malta.

Segundo avançou a Procuradoria-Geral da República portuguesa, a realização de buscas acontece no âmbito das investigações em curso pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) relativas ao “universo das sociedades de Isabel dos Santos”.

O Expresso diz ainda que as buscas estão relacionados com a Matter Business Solutions, companhia offshore no Dubai considerada suspeita pelas autoridades angolanas, e a empresa Burgate, sediada em Malta, através da qual Isabel dos Santos detém uma moradia na Quinta do Lago, no Algarve.

Recorde-se que na génese deste intrincado processo está a Matter Business Solutions, suspeita de ter sido o destino de mais de 110 milhões de dólares da petrolífera angolana, Sonangol, para o Dubai, nos derradeiros momentos de Isabel dos Santos à frente da empresa, tendo sido esse o pontapé de saída para as acções na justiça portuguesa envolvendo a empresária, que são, actualmente, sete processos referentes a alegados crimes financeiros e, na génese de alguns deles, está a carta rogatória que a PGR angolana enviou à sua homóloga portuguesa no contexto do caso Luanda Leaks, solicitando o arresto de contas pessoas e de várias empresas onde a empresária tem interesses, como a Efacec ou o EuroBic, entre outras.

No início de todos estes processo, em Portugal e em Angola, está a decisão tomada a meio de Dezembro de 2019 mas conhecido apenas em finais desse ano, pelo Tribunal Provincial de Luanda para o arresto preventivo das contas e bens de Isabel dos Santos pedido pelo Estado através da PGR, no sentido de reaver cerca de 1,1 mil milhões de dólares em dívida, que, mais tarde, já em Maio deste ano, a PGR angolana admitiu ter subido para cerca de 5 mil milhões USD.

Para além de Isabel dos Santos, esta acção envolveu ainda o seu marido, Sindika Dokolo, e Mário Filipe Moreira Leite da Silva, ex-PCA do BFA. O caso Luanda Leaks, despoletado pelo Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação em Janeiro deste ano, através de mais de 700 mil ficheiros revelados pelo hacker português Rui Pinto, fez avançar de forma clara e em várias frentes as acções judiciais contra a empresária, com destaque para alegados documentos que mostram esquemas financeiros

Fonte: Novo Jornal
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