São duas centenas e meia as entidades que tinham os registos no domínio .Ao desactualizados, mas no caso da banca o incumprimento é particularmente grave por expor falhas no compliance, que põem em causa a segurança dos dados dos clientes bancários. O preço do serviço é 8 mil kwanzas/ano.
Duas dezenas de bancos estão entre as 245 entidades que não actualizaram o registo do endereço no domínio .AO até sexta-feira, 10 de Julho, dia em que o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MTTICS) publicou um comunicado no Jornal de Angola, a avisar para o “desligamento iminente” dos respectivos endereços.
Entre estas, 35 permaneciam em incumprimento esta quarta-feira, confirmou ao Expansão Meick Afonso, director geral do Instituto Nacional da Sociedade da Informação (INFOSI), alertando para a necessidade da actualização para assegurar a segurança e fiabilidade dos dados que circulam no domínio .AO. Preocupação que se torna particularmente evidente no caso da banca, onde se registaram falhas ao nível do compliance e dos gabinetes de informática, conclui Andrea Moreno, presidente da Associação Mundial de Compliance em Angola.
O BAI, BFA e o BPC fazem parte da lista publicada pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social e que estiveram em “risco iminente” de ficar sem o domínio “AO”.
Algumas das empresas e organismos do Estado tiveram mesmo os seus sites offline e ficaram sem acesso ao e-mail, antes de conseguirem fazer a actualização do registo, processo que tem de ser cumprido de 12 em 12 meses, com um custo associado de 8 mil Kz. Entre estas, muitas queixam-se que foram confrontadas com o facto, sem aviso prévio, tendo ficado offline durante todo o fim-de-semana.
Entre os faltosos incluem-se duas dezenas de bancos, as duas principais operadoras de telecomunicações, a Unitel e a Movicel, a Provedoria de Justiça, o Fundo Soberano de Angola, a Recredit, a Bodiva e a própria entidade que regula o sector das telecomunicações, o INACOM.
Caos na banca
“Esta situação criou um autêntico caos na banca esta manhã. Sem o domínio .AO, os bancos ficam impossibilitados de fazer transferências e outras operações que necessitam do site operacional”, explicou uma fonte ao Expansão, no dia da publicação do comunicado, adiantando que esta é uma falha grave do compliance, já que põe em causa a “confiabilidade do controlo interno e dos planos de resposta a incidentes”.